A FIGURA FEMININA EM “TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA” EM COMPARAÇÃO À MULHER ATUAL
A leitura da obra Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, pertencente ao movimento Pré-modernista da Literatura Brasileira, nos oferece várias faces de interesse para pesquisa. Através do fanatismo nacionalista da personagem principal, Policarpo, o autor faz uma severa crítica aos desmandos políticos e à sociedade excludente da época do Marechal Floriano.
Entre tantas possibilidades oferecidas, escolhemos a representação da figura feminina feita pelo autor, em seu contexto histórico-social, como objeto de estudo comparativo ao papel da mulher na atualidade.
Entre as personagens femininas da obra, fixaremos nossa atenção em três delas, Ismênia, D. Adelaide e Olga, pois elas nos permitem ter um retrato bastante amplo da realidade da mulher na sociedade brasileira da virada do século.
DESENVOLVIMENTO:
Na época em que se passa esse enredo, as mulheres eram submissas aos pais e maridos, recebendo uma educação voltada para seu papel como esposa, educadora dos filhos e cuidadora do lar.
Ismênia pertence a uma família composta de cinco filhas e apenas um filho, o que obriga seus pais a viverem sob a preocupação constante de encontrar maridos para elas. Levados por esse propósito, realizam festas constantes para possibilitar que surjam pretendentes para as moças. Esse tipo de educação convence a moça de que toda a sua existência só tem sentido com o casamento.
Na primeira aparição de Ismênia no romance, ela é indagada a respeito de seu casamento, pois namora há cinco anos e espera pela formatura de seu noivo para casar-se, não se importando que o namoro se estendesse por tanto tempo. “Intimamente ela não se incomodava. Na vida, para ela, só havia uma coisa importante: casar-se; mas pressa não tinha, nada nela a pedia. Já agarrara um noivo, o resto era questão de tempo...” (BARRETO, 2010, p.42)
A partir do final do primeiro ano do namoro, os pais de Ismênia começam a ajudar financeiramente o namorado da filha para que