A Festa De Iemanj E Suas Transforma Es
Valério Amós¹
No ano de 1923 houve uma diminuição no pescado da vila de pescadores do Rio Vermelho. Tentando buscar ajuda da Mãe D'Água, Iemanjá, saíram a 2 de fevereiro para ofertar presentes à rainha das águas. Assim surgiu a Festa de Iemanjá, as homenagens à Mãe das Águas atrai uma multidão de pessoas todos os anos que levam suas oferendas pedindo proteção à orixá.
Na tentativa de manter a tradição e as marcas de origem, a cultura popular está suscetível à mudanças já que a sociedade não para de evoluir. A pós-modernidade traz consigo diversas transformações no âmbito sociocultural; fatores políticos e econômicos, entre outros, interferem na sociedade e como consequência forma-se uma nova dinâmica cultural de transformação e adaptação.
Para sobreviver as transformações culturais, a festa originária organizada pelos pescadores teve que se adaptar a essas mudanças, resinificando alguns valores mas, mantendo sólidos outros ritos que são base dessa cerimônia, e que mantêm esses rituais vivos através dos tempos.
A festa acontecia em um sincretismo religioso - associação entre a cultura religiosa africana e os ritos católicos realizados no Brasil - com Nossa Senhora da Conceição, nos anos 60 deixou de estar vinculada a igreja católica que passou a considerar a festejo como pagão.
Os principais presentes levados a deusa do mar são perfumes, flores, bijuterias, bebidas e dinheiro, segundo a lenda os presentes que não afundarem e voltarem para a praia são presentes que não foram aceitos, por isso devolvidos por Iemanjá.
Nos últimos anos cresceu a preocupação por parte dos ambientalistas que alertam sobre os tipos de presentes jogados ao mar que não se decompõem, essa preocupação é também fruto da transformação da sociedade que em nome da sustentabilidade têm mudado de hábitos, costumes e até sua forma de adoração.
Durante a festa de Iemanjá nas imediações do bairro onde acontece o festejo, outra transformação evidencia