A famosa história do feto anencéfalo
Muito se falou nos últimos dias, no caso que foi considerado o maior julgamento da história do Supremo Tribunal Federal, “o aborto do feto anencéfalo”.
Pra variar, até os leigos se tornam especialistas no assunto, nas ruas, no trabalho, em casa, na faculdade, todo mundo aponta um laudo médico e expõe seu ponto de vista, muito das vezes sem nem se quer ler algum material. Afinal, o que aconteceu?
Não foi liberado o aborto, ninguém está obrigado a fazer tal fato e muito menos o Estado vai intervir negativamente na sua decisão.
Em vista, a anencefalia é uma malformação RARA do tubo neural, sendo uma anomalia e não uma doença, não tendo cura e na maioria dos casos tendo a morte antes mesmo do nascimento, em outros a expectativa de vida é muito curta. Dentro desses casos RAROS, a mãe é a pessoa que mais sofre, com o corpo, com a mente e com a vida.
Até que ponto levar uma gravidez de risco? Essa pergunta foi tema de debates, onde fizeram várias pessoas, inclusive mães, a repensarem o assunto. Quando o risco apresenta uma esperança de vida, todo esforço é válido, mas em relação ao anencéfalo o caso é outro. O risco citado é alto, a falta de vitaminas e nutrientes prejudicam a evolução da mãe e a criança não possui uma condição racional de vida, geralmente nascendo cega, incapaz de sentir dor, surda, entre outras várias barreiras aonde se chega ao ponto da real necessidade de manter essa gravidez, isso sem questionar o lado psicológico e o valor financeiro altíssimo de manter essa esperança.
A decisão do STF não obriga ninguém a abortar o anencéfalo, permite que haja a liberdade de escolha sobre um ser que não tem vida e dar oportunidade para que a família se reestruture, lembrando que essa decisão não é embasada em nenhum aspecto religioso ou doutrinário, e sim, em prol dos membros do Estado, levando em consideração qualquer argumento como “ninguém tem autoridade para tirar a vida de outrem”.