A esfinge de guizé da atualidade.
A Esfinge de Guizé da atualidade.
“Uma onda de protestos percorre o mundo árabe. Tiranias entronizadas por décadas, encabeçadas por reis ou presidentes octogenários, caem ou estão ameaçadas. Gerações forçadas a permanecer em silêncio e obedecer a vontade ditatorial recuperaram a voz. (...)”
Raúl Sohr. Analista internacional. Artigo publicado na revista Mensaje, www.mensaje.cl
É nesse contexto que se desenvolvem os acontecimentos relacionados à queda de Hosni Mubarak, no poder durante 30 anos como chefe de estado do Egito. Para compreender o que leva à revolta e consequentemente à renúncia do dito ditador, é importante entender as condições materiais e as relações de poder que envolviam o país no momento em que se iniciaram os protestos e manifestações. A questão passa primeiramente pelo cumplicidade do regime egípcio de Mubarak com o capital estadunidense, o que de muitas formas comprometeu a autonomia e a autodeterminação do povo egípcio, que se tornou vítima de vendilhões da pátria. O capital estadunidense em circulação no país acabou sendo convertido em benefícios para grupos ligados pessoalmente à Mubarak e e em corrupção generalizada, o que gerou atrito com algumas camadas urbanas; pequenos e médios comerciantes, industriais nacionais, e os trabalhadores. Nesse contexto se iniciaram as revoltas e manifestações, que mesmo sendo duramente reprimidas, pararam o país. A repressão, incapaz de conter todos os focos de revolta foi insuficiente e o movimento ganhou força para derrubar o presidente. Mubarak renunciou e tudo parecia caminhar no sentido de ampla participação popular e progresso. Essa movimentação no sentido de alterar a lógica do governo, mesmo tendo muita força nas ruas, acaba se perdendo pela oposição dos interesses estrangeiros e a ganância dos que se privilegiavam com o antigo regime. Por fim, as posições internacionais obrigam o governo dos EUA a mudar a estratégia; passa optar pela via “democrática”, e