a escrita da história- CERTEAU
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“A Escrita da História” – Resenha Crítica CERTEAU (2002), no início do capítulo intitulado “A Operação Historiográfica” da sua obra “A Escrita da História”, levanta questões relevantes para o desenvolvimento do texto: “O que fabrica o historiador quando ‘faz história’? Para quem trabalha? Que produz?” (pág. 65). Esses problemas não são resolvidos pelo autor, ele explica que é impossível solucioná-los quando eles estão estritamente ligados ao “lugar” de onde se fala. A operação histórica é uma “[...] combinação de um lugar social, de práticas ‘científicas’ e de uma escrita.” (pág. 66). De acordo com CERTEAU (2002), esse lugar de onde cada pensador fala determina os métodos. Entretanto, não é apenas isso que constitui a subjetividade de uma pesquisa histórica; há também diferentes filosofias individuais dos pensadores que compõem uma totalidade histórica. Essa subjetividade é silenciada, pois os intelectuais quando discutem entre si desconsideram as diferenças para que todo discurso esteja ligado ao grupo. Os estudos realizados estão sob normas e respondem por um grupo, por uma instituição de saber que as estabelece. A pesquisa se modifica de acordo com cada organização a qual pertence, a linguagem utilizada é alterada. Ele obedece a regras próprias da instituição, mas não o impede de ser relacionado à aquilo que não diz. O produto final é o livro de história, que Certeau chama de “texto histórico”. Para o autor, os textos são produzidos para seus pares – acadêmicos – e de valor quando “[...] é reconhecida como tal pelos pares.” (pág. 72) e que “o estudo histórico está muito mais ligado ao complexo de uma fabricação específica e coletiva do que ao estatuto de efeito de uma filosofia pessoal ou à ressurgência de uma ‘realidade’ passada. É o produto de um lugar.” (pág. 73). Ainda segundo CERTEAU (2002), “Da reunião dos documentos à redação do livro, a prática histórica é inteiramente relativa à estrutura da sociedade.” (pág. 74). Ou seja, os métodos podem mudar de