a escola no Brasil Bourdieu
Pierre Bourdieu dedicou-se à análise do sistema de ensino (francês), evidenciando a dis¬tância entre a educação escolar praticada e o modelo preconizado pelas políticas edu¬cacionais. Seus estudos desencadearam uma crítica radical sobre os princípios da escola republicana. A escola se constituiu, portanto, no alvo privilegiado de algumas de suas prin¬cipais obras (Os herdeiros, 1964; A reprodução, 1970; Homo academicus, 1984; A nobre¬za de Estado, 1989) e sempre ocupou um lugar importante nas demais. O estudo de Bordieu tornou-se um marco na sociologia da educação e também histórica. Havia em seu tempo, um senso comum dominante que apontava que a escola pública e gratuita teria resolvido o problema do acesso à educação e, assim, garantida, em princípio, a igualdade de oportunidades entre todos. Acreditava-se que a escola era uma instituição neutra onde os educandos eram selecionados a partir do critério racional. Predominava também nas Ciências Sociais um senso-comum e uma visão extremamente otimista, onde a educação teria um papel importantíssimo no processo de superação do atraso econômico, do autoritarismo e dos privilégios e apontando para a possibilidade de construção de uma nova sociedade diferente daquela existente. Acreditava-se que a escola pública resolveria o problema do acesso à educação e dessa forma estava garantida a igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos. Uma das principais contribuições de Bourdieu a partir da compreensão sociológica é de ter apontado que a escola foi a de ter ressaltado que a escola não é uma instituição neutra. Outra contribuição foi na perspectiva de ajudar a compreender a relação que existe entre o quadro macrossociológico de análise das relações entre o sistema de ensino e a estrutura social.
Embora o acesso ao ensino fundamental seja