A Escola Mineira
Escola Mineira é o nome dado por Silvio Romero aos representantes principais do primeiro período neoclássico brasileiros, geralmente nascidos em Minas Gerais por volta de 1730 e 1750: Claudio Manoel da Costa, Basílio da Gama, Alvarenga Peixoto, Santa Rita Durão, Gonzaga e Silva Alvarenga.
Durão deixou o Brasil ainda menino; Basílio e Silva Alvarenga passaram quase todos os seus anos adultos e criadores fora de Minas; os outros três: Claudio, Alvarenga Peixoto e Gonzaga, teve um curto convívio, cortado pela repressão à conjuração de Tiradentes. Em consequência, a escola, praticamente nem existiu. O que une esses poetas é mesmo o espírito da Arcádia, o tema bucólico ou a épica primitivista. Os melhores dentre eles souberam extrair real substancia poética da situação arcádica.
O primeiro árcade Cláudio Manuel da Costa, teve estudos secundários com os jesuítas no Rio e depois em Coimbra. Passou o resto da vida como advogado e minerador, fazendo fortuna e exercendo o elevado cargo de secretario do governo da capitania. Quando envolvido na Inconfidência, era um notável da província. Quando encarcerado, denunciou amigos durante o seu interrogatório, caindo a seguir numa crise moral que o levaria a suicidar-se na própria cela.
A publicação em 1768, em Coimbra, das Obras Poéticas de Cláudio Manoel inaugurou o arcadismo brasileiro. Embebidos num nativismo espontâneo, procurou reviver a pureza da poesia renascentista, dando as costas às gratuitas acrobacias de palavras e pensamento em que degenera o cultismo. Sua atitude em relação ao legado barroco não foi de repulsa; abandonando o cultismo teatral, Claudio guardou a técnica barroca no que ela possuía de plena funcionalidade estética. Seu amor ao soneto é um dos índices da intimidade com a herança poética enriquecida por renascentistas e barrocos. Claudio não é um continuador das fecundas incursões realistas, ele prefere, com tanto ou maior êxito, o do soneto psicológico, na boa linha camoniana, às