A era da restaurção
13 de janeiro de 2013
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O ano de 1815 é considerado por muitos historiadores como o umbral lógico do século XIX para a Europa. A Revolução Francesa e as Guerras Napoleônicas haviam agitado as rígidas instituições do Antigo Regime. Agora, com a queda de Napoleão Bonaparte, as nações vitoriosas estavam ansiosas por reparar as estruturas ressentidas das monarquias não constitucionais e antiliberais. Depois de 25 anos de revoluções e guerras ininterruptas, estadistas reacionários reuniram-se, entre 2 de maio de 1814 e 9 de junho de 1815, em Viena, capital do antigo Império Austríaco, objetivando restabelecer a paz. Os debates foram protagonizados pela Áustria, Prússia, Rússia e Reino Unido, mas com participação da derrotada França e de nações menores, como Portugal, Espanha e Suécia.
Os termos foram desenhados no Tratado de Paris, firmado em 30 de maio, pelo qual se impunha o pagamento de indenizações pela turbulenta França. Mesmo diante do regresso fugaz do Imperador Napoleão, em março de 1815, para o chamado Governo dos 100 Dias, prosseguiram as discussões. As conclusões do Congresso de Viena foram fixadas nove dias antes da derrota final de Napoleão na célebre batalha de Waterloo, em 18 de junho, em território belga.
Nortearam os trabalhos os princípios da legitimidade, da restauração e do equilíbrio, pelos quais se procurou reinstalar no trono os monarcas afastados por Napoleão. Consideraram-se legítimas as fronteiras vigentes antes de 1806, mas admitiu-se certo redesenho com base numa noção fabricada de equilíbrio entre as nações. Decidiu-se ali que os valores contrarrevolucionários e a imobilidade dinástica seriam mais estáveis. O propósito não era reviver o cortejo de injustiças do Antigo Regime, mas alcançar a segurança.
Além da afirmação política da Áustria, Rússia, Prússia e Inglaterra sobre uma França eclipsada, o período ali inaugurado seria marcado pelo avanço maciço do processo de mecanização da indústria e pela