A ENGENHARIA NA SOCIEDADE
Fernando Santo*
Ao longo dos séculos, o Homem sempre procurou soluções para os desafios que em cada época marcaram a ambição de quem detinha o poder, procurando também satisfazer as necessidades das populações. A vontade de evoluir e a utilização do engenho e arte, permitiram consolidar conhecimentos e desenvolver tecnologias baseadas na ciência. A engenharia, através de conhecimentos rudimentares ou mais evoluídos, sempre acompanhou o Homem nesse permanente desejo de fazer mais e melhor, de se ultrapassar a si próprio.
Os jogos da antiguidade e a versão moderna dos jogos olímpicos continuam a ser o paradigma desse esforço de melhoria, agora contabilizado em milésimas de segundo. Faz parte da natureza humana. E talvez por isso, o golfe seja um dos desportos com maior número de praticantes, em que cada jogador pretende melhorar o seu próprio desempenho, defrontando-se a si próprio.
Mas não é preciso recuar a séculos passados para avaliar a permanente ligação entre a evolução da sociedade e a engenharia. Portugal, como país essencialmente agrícola, chegou à década de 30 do século XX com algumas infra-estruturas, designadamente na rede de transportes ferroviários, vias de comunicação, telecomunicações, pontes, redes eléctricas, de gás e de água, mas que de forma alguma satisfaziam as necessidades básicas da população portuguesa.
A grande maioria dos projectos e da engenharia envolvida na execução das obras era de origem estrangeira. A formação de engenheiros em escolas portuguesas permitiu que, gradualmente, e com o impulso decisivo do Eng.º Duarte Pacheco, a partir de 1933, a engenharia portuguesa se afirmasse com as competências necessárias para o desenvolvimento do país, substituindo a participação dos engenheiros de outros países.
Com a visão de Alfredo Bensaúde, como director, o Instituto Superior Técnico tornou-se, nos anos 20, numa notável escola de engenharia, em que a sólida formação teórica se