A Educa o Ambiental como pr tica de mudan a cultural e social
Milena de Assis Mohr1
Introdução
A Educação Ambiental como Prática de Mudança Cultural e Social
Os efeitos predatórios causados ao meio ambiente tais como contaminação do solo, aporte e qualidade da água, contaminação do ar, enfim, a degradação ambiental vem deixando claro que as situações de risco decorrentes do atual modelo econômico extrapolam os limites da produção atingindo não somente os trabalhadores, mas a população em geral.
Os educadores ambientais devem ter em mente que a questão ambiental não se esgota na necessidade de se dar bases ecológicas ao processo produtivo buscando uma sustentabilidade que acaba por não sair do papel. Além de preservar a diversidade biológica com vistas ao equilíbrio ecológico do planeta, deve valorizar a diversidade étnica e cultural da espécie humana.
Ao questionar sobre o porquê das práticas vigentes em defesa do meio ambiente serem tão contraditórias, Gonçalves (2004) instigou-me a pensar que não pode haver defesa do meio ambiente nem educação ambiental sem que haja uma prática de inclusão do indivíduo no todo.
A natureza se define, em nossa sociedade, por aquilo que se opõe à cultura. A cultura é tomada como algo superior e que conseguiu controlar e dominar a natureza. [...] A natureza é, em nossa sociedade, um objeto a ser dominado por um sujeito, o homem, muito embora saibamos que nem todos os homens são proprietários da natureza. Assim, são alguns poucos homens que dela verdadeiramente se apropriam. A grande maioria dos outros homens não passa, ela também, de objeto que pode até ser descartado. A visão tradicional da natureza-objeto versus homem-sujeito parece ignorar que a palavra sujeito comporta mais de um significado: ser sujeito quase sempre é ser ativo, ser dono do seu destino. Mas o termo também indica que podemos ser ou estar sujeitos – submetidos – a determinada circunstância. (GONÇALVES, 2004, p. 25-26).
[...] Eis aí o paradoxo do