A ECONOMIA SOLIDARIA E A POLÍTICA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA NO BRASIL: APONTAMENTOS HISTÓRICOS E CONTEXTUAIS
TECNOLOGIA NO BRASIL: APONTAMENTOS HISTÓRICOS E
CONTEXTUAIS
Letícia Dal Picolo Dal Secco1
Maria Lúcia Teixeira Machado2
Maria Zanin3
RESUMO: A partir de uma revisão bibliográfica, contextualizou-se o surgimento da economia solidária e do cooperativismo no Brasil de acordo com o desenvolvimento da
Política de Ciência e Tecnologia (PC&T) nacional, objetivando-se entender essa contextura. Infere-se que este surgimento ocorreu em meio a tendências de modelos internacionais de pesquisa e investimento que focavam tecnologias duras, com pouca consideração as necessidades sociais, e que as universidades, envolvendo-se com o tema ao final de 1990, favoreceram o desenvolvimento de tecnologias sociais, potenciais ao combate da desigualdade econômica e social, aproximando-se da população e considerando seus conhecimentos. Espera-se que o resultado do trabalho possa contribuir para reflexões de direcionamento de políticas e pesquisas.
PALAVRAS-CHAVE:
Tecnologias Sociais.
Economia
solidária.
Política
de
Ciência
e
Tecnologia.
INTRODUÇÃO
O processo de desenvolvimento do capitalismo é historicamente associado ao grande aumento no índice de desemprego em épocas de Revolução Industrial. Isso ocorreu devido ao processo de substituição de mão de obra humana pelas máquinas decorrente do grande avanço tecnológico (ANTUNES, 2007; CASTEL, 2009).
A origem da economia solidária, bem como do cooperativismo, são contemporâneos da Primeira Revolução Industrial, surgindo na Europa no século XIX.
Já no contexto nacional, apareceu na década de 80, durante o século XX, em épocas de grande crise econômica e inflacionária no Brasil. A economia solidária constituiu-se como alternativa aos desempregados, possibilitando a organização destes em cooperativas e a recuperação, pelos trabalhadores, de empresas falidas, (SINGER,
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UFSCar, e-mail: le.dalpicolo@gmail.com, Mestranda do Programa de