A economia na política: uma revolução
___ Rubem de Freitas Novaes **
Partiu de Ludwig Von Mises (1881-1973), um dos pais da Escola Liberal Austríaca, em seu monumental "Human action: a treatise on Economics", a recomendação para que a Ciência Econômica - dentre as Ciências Sociais, a melhor apetrechada - expandisse seus domínios para abarcar o estudo de toda e qualquer ação humana.
Discípulos seus, nos diversos continentes, levaram a recomendação adiante transformando a Economia numa "Teoria Geral da Escolha", útil não só para o estudo dos fenômenos caracteristicamente econômico-financeiros, mas também para explicar decisões em campos tão diversos como: matrimônio, combate ao crime, caridade, discriminação racial, drogas, etc.
O maior expoente desta linhagem de economistas foi sem dúvida o Prof. Gary Becker, da Universidade de Chicago, merecedor do Prêmio Nobel, em 1992, justamente pela criatividade demonstrada na utilização do instrumental econômico para o estudo de novos campos. O seu jovem seguidor Steven Levitt, também de Chicago, considerado por seus pares o melhor entre os economistas com menos de 40 anos (Medalha John Bates Clark), não lhe fica muito a dever. Levitt popularizou definitivamente o uso ampliado do raciocínio econômico, respaldado por boas informações estatísticas, ao tratar no seu best-seller "Freakonomics" de assuntos corriqueiros, às vezes esdrúxulos, com as armas da Economia e o realismo e a coragem de quem não se submete ao "politicamente correto".
Notamos que a Teoria Econômica já está conquistando a aceitação popular quando ouvimos, da voz de leigos, expressões como: "tempo é dinheiro", "não há almoço grátis", "é uma boa relação custo-benefício", etc. Por outro lado, a recompensa dada pelo mercado absorvedor de idéias à ampliação do escopo da Ciência mostra que os conselhos do velho Mises não foram em vão. Falta apenas o devido reconhecimento, fora das fronteiras da profissão, ao trabalho que brilhantes economistas,