A Economia Da Natureza Ricklefs 6 Ed Cap
O
arquipélago de Galápagos, que fica cerca de 1.000 km ao largo da costa do Pacífico no Equador, foi uma fonte de inspiração para Charles Darwin há 175 anos, na sua famosa viagem em torno do globo no H. M. S. 8eagle. Darwin notou que diversos organismos vivendo no arquipélago tinham diferentes formas em diferentes ilhas. Ele pressupôs que estas diferenças devem ter surgido por meio de modificações independentes dos descendentes dos colonizadores originais que chegaram à ilha vindos da América do
Sul. A ideia ojudou Darwin a desenvolver sua Teoria da Evolução pela Seleção Natural. Desde o tempo de Darwin, o arquipélago de Galápagos atrai uma especial fascinação dos biólogos evolucionistas, e muitos voltam lá para se dedicarem a estudos evolutivos. Peter e
Rosemary Grant, da Universidade de Princeton, observaram populações dos tentilhões de
Darwin por muitos anos. Entre seus muitos achados, estava o sucesso e a sobrevivência reprodutiva de indivíduos com bicos de diferentes tamanhos entre os anos de EI Nino e
La Nina.
O arquipélago de Galápagos normalmente sofre a influência da corrente fria do Peru e é relativamente seco. Durante os anos de EI Nino, contudo, uma temperatura de superfície do mar prolongadamente quente aumenta muito a precipitação, e um resultante crescimento luxuriante da vegetação produz insetos e sementes abundantes para as populações de aves e répteis que vivem desses alimentos (Fig. 6.1). Os anos de La Nina podem trazer períodos longos de seca e escassez de alimento.
O tentilhão-médio (Geospiza fortis) subsiste primordialmente de sementes, as quais ele quebra com seu bico. Durante um período de seca de La Nina em meados da década de
1970, as sementes se tornaram escassas à medida que a vegetação ressecou e morreu. As sementes que perduraram eram geralmente mais duras de quebrar, e foram assim evitadas pelos tentilhões durante os tempos de bonança. Contudo, com muito poucas sementes disponíveis, os tentilhões não tinham