A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX), resumo dos capítulos dois e três.
“Até a década de 1530, a exploração da América portuguesa esteve nas mãos de um Estado-empresário que, através de feitorias espalhadas ao longo da costa brasileira e controladas pela Coroa, retirava da mata atlântica o pau-brasil.” [1].
O capítulo dois nos mostra como se deu início a efetiva ocupação portuguesa no solo brasileiro. Portugal repetiu as experiências da época da Reconquista cristã, implantando o sistema das capitanias hereditárias: o rei cedia a jurisdição parcial sobre um determinado território e seus habitantes ao capitão-donatário, que se tornava o representante do rei na região. O que diferiu esse sistema do adotado no feudalismo foi o fato de que o capitão poderia distribuir terras aos moradores da capitania, as sesmarias, mas não se estabelecia entre ambos uma relação de subordinação.
Nos primeiros anos do século quinhentista dominavam nas costas brasileiras as populações tupis. Organizavam-se socialmente em aldeias, que podiam manter entre si relações estreitas, mas que não davam margem ao surgimento de organizações políticas ou territoriais permanentes. Viviam da caça, da coleta e da agricultura extensiva, com a utilização da terra durante algumas colheitas e seu posterior abandono. Cada aldeia possuía um chefe, responsável pela administração da vida da comunidade, e que era seguido não por medo, mas por boa-vontade. Os primeiros contatos entre os lusos e os indígenas foram através do escambo, que era muito vantajoso às partes. Os portugueses necessitavam de escravos, podendo adquiri-los pelo escambo ou comprando prisioneiros de guerras intertribais. As guerras intertribais não tinham como objetivo a produção de escravos, e sim a vingança, por isso não eram gerados escravos na quantidade esperada. A partir de 1550, as “guerras justas” contra os nativos foram criadas, dizimando várias aldeias e capturando