A ECONOMIA BRASILEIRA A PARTIR DE 1985
Do fim do regime ditatorial até os primeiros anos da década de 1990, o país enfrentava uma ciranda financeira e o aumento dos índices de inflação. Ao receberem seus salários, os trabalhadores corriam aos supermercados porque seu poder de compra se reduziu de maneira acelerada, e deixar para fazer as compras 15 dias depois significava uma redução de até 40% em seu poder aquisitivo. Assim, as famílias e os empresários tinham grande dificuldade de planejar suas ações futuras e a renda se concentrava acelerada.
O PLANO CRUZADO
Tancredo Neves, eleito indiretamente em 1985, não chegou a ser empossado porque faleceu. Nessa eleição, os eleitores foram os parlamentares - deputados federais e senadores - e representante dos partidos políticos que formavam o Colégio Eleitoral.
Plano Cruzado, lançado em 28 de fevereiro de 1986. Entre as principais medidas destacavam-se a troca da moeda nacional - mil cruzeiros passaram a valer um cruzado - e o congelamento de preços e dos salários.
O plano contou com grande apoio da população e de parcela expressiva de economistas dos partidos de oposição. A população foi estimulada a denunciar os estabelecimentos comerciais, principalmente supermercados que aumentavam os preços de suas mercadorias desobedecendo ao congelamento imposto pelo plano. As taxas de inflação tiveram uma queda vertiginosa, mantendo-se baixas até outubro de 1986, e levaram o PMDB, partido do presidente, a eleger os governadores de 22 das 24 unidades da federação.
O retorno dos reajustes de preços ocorreu com rapidez e, conseqüentemente, a inflação voltou a subir, em decorrência da:
cobrança de ágio na comercialização de produtos; falta de concorrência dos produtos importados; contínua elevação nas cotações do dólar em relação à moeda nacional - que provocava a elevação de preços em todos os produtos importados, como petróleo, trigo e máquinas; manutenção do déficit público, que alimentava novamente a ciranda