A Economia Brasileira do Sec XX
Por Emerson Santiago
O século XIX é um momento de grandes e indeléveis transformações para a população do Brasil, que, logo no início do período se depara com o episódio inédito de receber o monarca de sua metrópole. Não bastasse o acontecimento único, é estabelecida na cidade do Rio de Janeiro a capital política e econômica de todo o Império Português. Outro episódio inédito na trajetória de qualquer país do continente americano será o da independência sob um regime monárquico. É também no século XIX que o Brasil adota seu atual sistema de governo, a República.
No campo econômico, as transformações também foram de grande vulto, pois a situação vigente no final do século anterior, de acordo com Celso Furtado, era a de uma constelação de sistemas econômicos, alguns se comunicando e outros completamente isolados. As comunicações se davam em dois polos principais, o das economias do açúcar e do ouro. Acessório ao núcleo açucareiro, predominante no litoral do nordeste estava articulada a pecuária que ocupava o interior da mesma região. Ao núcleo mineiro, no sudeste, ligava-se a pecuária do sul do país, estendendo-se do atual Rio Grande do Sul até São Paulo. No Maranhão e Pará localizavam-se núcleos autônomos de desenvolvimento.
Na virada do século, o polo econômico baseado no ouro das Minas Gerais entraria em inexorável decadência, deixando a América Portuguesa dependente de uma prosperidade precária, baseada nas condições de anormalidade do mercado mundial de produtos tropicais (extrativismo no Pará, algodão e arroz no Maranhão e cana-de-açúcar no restante do nordeste).
A chegada da família real ao Brasil mudou fundamentalmente o cenário político local, contribuindo principalmente para reforçar as relações comerciais e sociais numa colônia que não se via e nem funcionava como uma unidade, além de liberar o território do pacto colonial. A abertura dos portos e outros tratados posteriores dariam o controle econômico efetivo do