a doutrina Monroe e o destino manifesto
James Monroe 1817-1825
A Doutrina Monroe surgiu durante os movimentos de independência dos países da América Latina (por volta das primeiras décadas do séc. XIX) e da resposta reacionária das nações européias.
A própria monarquia espanhola, que possuía a maior parte das colônias da América Latina, sofria em sua própria casa com os levantes liberais que ameaçavam enterrar o poder da realeza. Mas a reação, que contou com a força da Santa Aliança, engendrou a euforia da restauração, que implicava reafirmar seu poder aqui na América. Os EUA, que já haviam se tornado independentes e despontavam com a promessa de ser uma grande potência, vislumbraram nesses acontecimentos a possibilidade de romper o laço colonial que havia entre a América e a Europa e exercer ainda influência direta sobre as ex-colônias.
Os princípios enumerados na mensagem (1823) que o então presidente dos EUA James Monroe enviou ao Congresso eram claros: “é inadmissível a intervenção de qualquer país europeu nos negócios internos ou externos de países americanos”; “os EUA em troca se absterão de intervir nos negócios europeus”.
Entretanto, no momento de sua aprovação os EUA bem pouca coisa puderam fazer para a sua efetivação. Somente depois do fim da Guerra da Secessão é que a essência da Doutrina Monroe foi sendo posta em prática, mudando gradativamente seu conteúdo inicial. De inspiração progressista, passou a ser utilizada—principalmente durante a administração de Theodor Roosevelt—como afirmação da hegemonia norte-americana sobre o Hemisfério através de intervenção, senão de recolonização da América Latina.
Segundo Gerson Moura, a política externa dos EUA para a América Latina tem seus fundamentos na própria ocupação anglo-saxã do seu território nacional. As várias formas e a velocidade na ocupação do território continental eram uma característica marcante desse povo. Essa “vocação ao expansionismo” é explicada pelo autor como característica da tradição