A doença de imunodeficiência adquirida (aids)

Resumo

A doença de imunodeficiência adquirida (AIDS) A AIDS é uma das doenças mais mortais da idade moderna e representa uma ameaça grave para a saúde global. A Organização Mundial da Saúde estimou que, em 1995, cerca de seis mil pessoas estavam sendo infectadas pelo vírus a cada dia. A doença deixou de ser caracterizada como ocorrência somente nos países em desenvolvimento e é hoje em muitos países industrializados uma das 10 principais causas de mortes. Desde 1985, houve uma mudança no padrão de transmissão do vírus, já que basicamente houve uma queda nos índices de transmissão homossexual e um aumento no contágio por atividade heterossexual e por uso de drogas injetáveis. A doença é definitivamente um fenômeno biológico e sociocultural. Desse modo, não basta apenas enfocar em remédios ou vacinas preventivos ou de cura, mas se deve ter em vista também as relações da doença e dos indivíduos com os ambientes sociais, culturais e econômicos.
As metáforas da AIDS no mundo ocidental A própria palavra “AIDS” é carregada de todo um estigma. Seu uso incorreto ou a má interpretação da doença divulgada através da mídia, do discurso da medicina e do discurso popular, podem estigmatizar e alienar ainda mais grupos tidos como mais expostos ao risco da doença (como homossexuais, usuários de drogas ou imigrantes). Os preconceitos e medos a eles associados debilitam as tentativas de identificação, tratamento e controle da doença. Desse modo, verifica-se que as atitudes morais e ideológicas de uma sociedade em relação à AIDS são tão importantes para o seu controle quanto à busca por “milagres” medicinais. A imagem da AIDS foi gradualmente se confundindo com a imagem do mal, em que grupos sociais chegam a acreditar que a se alguém tem AIDS, a pessoa é “perigosa e intocável” e que a doença pode ser um castigo de caráter religioso pela falta de abstenção sexual ou imoralidade.
As representações culturais da AIDS Apesar do caráter global da AIDS, os diversos