A doença como sinal
Rompimento de um equilíbrio
A doença é, de fato, com frequência, ou pelo menos inicialmente, somente a expressão de dificuldade na vida de uma pessoa. Não é à toa que muitas dessas doenças desapareçam durante as férias, apesar de cometermos excessos, estamos “parando”.
O sinal oculto e distorcido Ocultamento: Por desconhecimento, alguns sinais acabam sendo reprimidos, ignorados ou mal interpretados. Distorção do sinal: Ocorre quando o fenômeno patogênico ganha proporção coletiva e não pode ser escondido. Então, iniciam-se as investigações pelo culpado, que pode ser fatores naturais, estranhos à história concreta e à responsabilidade dos homens. Sabe-se que, atualmente, toda a organização dos serviços de saúde acaba reprimindo e distorcendo os sinais coletivos da doença, porque vai além do papel do médico de estabelecer uma relação individual com o doente. A formação dos médicos é dirigida quase que exclusivamente para o tratamento individual. O exercício da profissão informa apenas as notícias econômicas, que as memoriza e elabora. As estatísticas dos serviços de saúde referem-se prevalecentemente aos dados primitivos da atividade médica – n° de consultas, internações, dias de permanência no hospital, custos etc.- enquanto os dados de saúde - quais doenças, em que zonas e grupos de população – são quase que completamente ignorados. Em 1981, no convênio do Serviço Nacional de Saúde, realizado na Itália, com os clínicos gerais, foi introduzida uma novidade: que os médicos deveriam ter pelo menos um prontuário atualizado da história patológica e das condições do seu paciente.
Epidemiologia
Apesar de a doença ser frequentemente reprimida, a exigência fundamental é revelá-la e ampliá-la. Contudo, é preciso envolver os cidadãos e as instituições públicas, e não somente os profissionais da saúde, na análise das doenças e nas suas manifestações no coletivo. Epidemiologia, não se refere apenas aos grandes flagelos contagiosos