A Ditadura De Get Lio Vargas
Em outubro de 1937, sob o pretexto de combater uma suposta insurreição comunista, decretou-se o estado de sítio. Nessas condições, era facultado ao governo federal requisitar as milícias estaduais. Assim, em 14 de outubro, o ministro da Guerra, general Gaspar Dutra, convocou a Brigada Militar do Rio Grande do Sul a se tornar força auxiliar do Exército Nacional. O então governador José Antônio Flores da Cunha, derrotado pelas intrigas instigadas por Getúlio Vargas, exila-se no Uruguai. Caía a última séria barreira ao projeto centralizador.
Em 10 de novembro, um golpe de Estado suspendeu as garantias constitucionais e outorgou uma Constituição, que ficou conhecida como "Polaca". A faculdade legislativa foi enfeixada pelo presidente da República, a Justiça Eleitoral suspensa, os parlamentos fechados, o direito à greve banido e a censura prévia à imprensa estabelecida. As instituições representativas previstas na nova Carta jamais chegaram a ser instaladas. Implantou-se um regime policialesco.
Ao outorgar a Constituição de 1937, Vargas proclamou o fim do federalismo e da democracia liberal. Num ato de grande impacto, fez queimar as bandeiras dos Estados. Em seguida, extinguiu a Justiça Federal de primeiro grau.
Estado Novo investiu contra certos autonomismos étnicos, especialmente no Sul. Escolas, clubes e hospitais ligados à população imigrante foram obrigados a nacionalizar suas razões sociais e seus regulamentos. Jornais em língua estrangeira foram fechados e procurou-se também nacionalizar o ensino nas escolas paroquiais. Em face da pressão norte-americana, súditos do Eixo precisaram retirar-se de sociedades acionárias. Todas essas medidas foram reforçadas por uma intensa campanha, produzida pelo novo Departamento de Propaganda, para forjar uma nacionalidade orgânica.
Desde a Semana de Arte Moderna de 1922, tomava corpo um imaginário que advogava a valorização da identidade brasileira. Vargas soube captar este traço, enaltecendo