A DIMENSÃO HUMANA
Fig. 1 – “Evolução” humana
Introdução
“Os estudos sobre o conceito de espaço arquitetônico de um período qualquer, com freqüência explicitam mais nosso modo de entender o espaço do que o da época estudada.”
Maurice M. Cerasi
A exemplo de CERASI em La Lectura del Ambiente (1977), acredito que a problemática do espaço como forma de uma realidade física – sua questão mensurável – já não tem mais nenhum interesse. A realidade do espaço se configura como realidade da percepção e da experiência do espaço, e uma situação formal não pode mais ser estudada como fato objetivo que encontre em seu interior sua justificação e sua explicação. Nossa única possibilidade de conhecê-la consiste em concebê-la como expressão de nossas relações, com o mundo externo, sejam elas físicas ou não.
O tema proposto, A Dimensão Humana do Habitat representa um grande desafio, por sua complexidade e amplitude, e não tenho a pretensão de esgotá-lo neste momento, mas apenas abordar alguns aspectos que considero relevantes para a produção do ambiente construído.
Na primeira parte, vou apresentar as definições de cada termo segundo encontradas nos dicionários – no nosso caso, o Dicionário Aurélio Eletrônico Século XXI e o Dicionário Houaiss Eletrônico da Língua
Portuguesa – com as quais procurarei construir uma definição que integre as dos termos isoladamente.
Uma vez que a Dimensão Humana do Habitat não se restringe apenas às dimensões físicas, proponho trabalhar com a hipótese de que o assunto deve ser tratado em sua dimensão cognitiva. Por esta razão, a seguir apresentarei os três níveis de conhecimento propostos por Ignácio ARAUJO em La Forma
Arquitectônica (1977): conhecimento sensível, conhecimento intelectual, e conhecimento simbólico.
Na segunda parte, procuro lançar um olhar fenomenológico sobre a relação do homem com o ambiente em três diferentes níveis de abrangência – ambiente humano, ambiente