A Dialética Platônica
Sendo o método da Maiêutica Socrática o de buscar ‘furos’ em uma resposta sobre algo e usá-las como novas perguntas, e assim por diante, num processo indefinido, até encontrar o verdadeiro conhecimento, a dialética platônica é semelhante por seguir esse conceito da Maiêutica. Pois na versão dialética de Platão, também se percorre um processo de perguntas (as revelações das contradições contidas numa resposta), que são contrapostas às respostas do oponente, e as seguintes, assim sucessivamente, com o objetivo de aperfeiçoá-lo, “lapidá-lo”, até alcançar uma resposta livre de quaisquer contradições para a pergunta inicial.
Mas a dialética se diferencia ao dividir esse conceito/ideia sempre em pares opostos entre si (não distintos, e sim sendo uma a opinião e a outra a crítica dessa opinião), e sendo este desdobramento ser com base nas contradições contidas na resposta, leva o filósofo (para Platão, o filósofo é o que conduz a dialética) a um conceito indivisível, que no conflito dessas ideias que foram contrapostas, se conheça a contradição contida na afirmação/resposta que no qual mostra a essência daquilo que se investiga e assim encontre, das contrapartes em evidência, a contraparte falsa (a aparência), como também a contraparte verdadeira (a essência), isto é, a que não possui contradição para poder dividi-la em novos pares opostos.
Aqui percebemos que Platão faz uso de sua teoria das ideias para desenvolver sua dialética, que a dialética platônica é um debate, um processo que se baseia na confrontação de duas ideias opostas.
E através desse processo dialético, que decompõe e investiga racionalmente um conceito,