A Crítica de Strawson à Teoria das Descrições de Russell
Introdução:
O presente trabalho pretende expor a Teoria das Descrições de Bertrand Russell, seguida das críticas de Peter Strawson e, por fim, conclui com a resposta de Russell a Strawson. Para tanto, inicia-se com uma breve exposição do contexto em que estava inserido Russell antes da formulação da Teoria das Descrições. Nesse sentido, apresenta-se o que foi denominado “o problema ontológico”, perfilando as posições do próprio Russell (em sua conexão com Meinong) e a posição de Frege frente à questão das descrições definidas. Posteriormente, passa-se ao cerne da Teoria das Descrições, apresentada por Russell no conhecido texto “Da Denotação” (On Denoting), publicado em 1905. Concentraremos especialmente no problema das descrições definidas, nos casos em que tais descrições figuram em sentenças como sujeito gramatical. Após a realização de tal etapa, passa-se a expor a parte central das críticas dirigidas por Strawson, desenvolvidas no texto “Sobre o Referir” (On Referring).
Por fim, conclui-se com a retomada de alguns pontos da resposta de Russell ao artigo de Strawson, expostos no livro Meu Pensamento Filosófico, no capítulo intitulado Algumas respostas à crítica, com o texto denominado Mr. Strawson e o seu “On Referring”.
Deve-se ressaltar que se trata apenas de apontamentos das principais questões, escolhidas de modo um tanto arbitrário pelo autor. Considerações mais específicas demandariam um espaço e um conhecimento que o autor não detém.
O Problema Ontológico
Pode-se dizer, de modo geral, que o pano de fundo dos problemas discutidos no texto “Da Denotação” é constituído por aquilo que se denominou, posteriormente com W.V.O. Quine, “o problema ontológico” (Simpson, 1976, p.83). Trata-se de um problema que enfrenta a questão: “o que há?” (Tal problema é aqui enunciado conforme Quine o faz em seu texto “Sobre o que há” (Quine, 1975, p.223)). Nesse mesmo texto, Quine