A crise do euro - irlanda
Qual é em síntese o problema com a economia da Irlanda?
Apelidada de "tigre celta" por causa do seu elevado ritmo de crescimento econômico, a Irlanda foi do boom ao desastre financeiro em um espaço de apenas três anos.
Muito da expansão do período pode ser atribuída à expansão do mercado imobiliário, que desde 2008 se retraiu dramaticamente.
O preço dos imóveis caiu entre 50% e 60% e os empréstimos de risco - sobretudo na forma de crédito para as construtoras - se acumularam no portfólio dos principais bancos do país.
Só para ajudar essas instituições foram necessários recursos de emergência da ordem de 45 bilhões de euros (mais de R$ 100 bilhões), o que deixou um déficit no orçamento do governo irlandês equivalente a 32% do PIB neste ano.
As finanças do país também estão sendo afetadas pela queda na arrecadação de impostos. A diferença entre o que o governo gasta em serviços públicos e o que recebe em impostos e taxas atinge o insustentável patamar de 12% do PIB.
À medida que a economia se retrai, cresce o desemprego e aumentam os temores de que o país esteja à beira de uma volta à recessão.
Por que a crise irlandesa preocupa outros países?
A situação financeira da Irlanda preocupa especialmente aos países financeiramente menos sólidos da zona do euro, como Espanha e Portugal, que também estão com as finanças apertadas.
O temor é que esses países não sejam capazes de pagar os seus credores, que por sua vez tendem a restringir os empréstimos.
O maior impacto dessa desconfiança é a elevação dos custos de empréstimos no mercado internacional.
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