A Crise Aliment Cia Pode Ser Explicada Pelo Aumento Da Popula O Mundial
A crise alimentícia pode ser explicada pelo aumento da população mundial, pela concorrência dos solos e também pelo crescimento da produção de biocombustíveis. No entanto, o modelo energético mundial contribui para a crise e precisa ser revisto, alerta o economista Patrick Criqui, professor na Univesidade Pierre Mendès-France, na Universidade Paris-Dauphine e na Escola Politécnica Federal de Lausanne.
Diversos fatores podem explicar a crise atual: em primeiro lugar, a população mundial continua a aumentar, embora o ritmo se reduza. Em face disso, as superfícies cultiváveis aumentam menos rapidamente, pois há uma forte concorrência pelos solos e, em certas regiões, pela produção de agrocombustíveis. Em certas regiões, igualmente se reduzem os progressos nos rendimentos -
As culturas de agrocarburantes ampliaram a crise, sem serem a causa primeira. Mas um desenvolvimento maciço dos agrocombustíveis poderá, a longo prazo, reforçar o desequilíbrio oferta-demanda. -
Oitenta e um porcento da atual oferta energética mundial, estimada em 11.435 milhões de toneladas equivalentes de petróleo, é baseada nos combustíveis fósseis (IEA, 2007). As mudanças climáticas decorrentes das emissões dos gases de efeito estufa apontam uma crise ambiental em escala planetária sem precedentes.
Neste contexto, as energias renováveis aparecem como alternativa para reduzir os efeitos dessa crise. Entretanto, é extremamente difícil prever-se que essas fontes possam ser capazes de substituir a energia fóssil em um futuro próximo.
A esse respeito, as perspectivas estão longe de ser animadoras. As previsões para 2030 apontam para um cenário tendencial em que o petróleo manterá uma participação de 35% da oferta energética mundial, enquanto o carvão mineral responderá por 22% e o gás natural por 25% (2).
Lançado em 1975, após o primeiro choque mundial do petróleo, o Proálcool foi sendo aperfeiçoado até absorver 8% da área cultivada do país e criar mais de um milhão de empregos