A Costura Textual
Texto publicado no Caderno Vestibular do Jornal Diário Catarinense em 14-5-2013
A metáfora entre a imagem do texto e a da costura não é nova aqui em nossas colunas.
Isso porque a semelhança com o tecido não é casual. A palavra texto provém do termo latino texere (construir, tecer). Em sua forma flexionada, textus também era usado como substantivo e significava ‘maneira de tecer’, ‘coisa tecida’ ou ‘estrutura’. Ao longo dos anos, adquiriu os sentidos de ‘tecelagem’, ‘estruturação de palavras’, ou ‘composição literária’. Você já parou para observar a estrutura dos tecidos? São linhas que se entrelaçam e formam uma trama. Assim também acontece com os textos, que são trançados e costurados por palavras.
Este ano, já abordamos as etapas que antecedem à escrita textual. Enfocamos como se dá o surgimento das ideias; chamamos a atenção para a importância da interpretação da proposta e comentamos sobre as expectativas dos avaliadores. Então, após a definição do tema a ser abordado, é hora de planejar e costurar a redação.
Comece pelos seguintes aspectos: Para quem você escreve? Qual o objetivo do seu texto? Que ideias expressará para desenvolver e argumentar seu ponto de vista? Esses são alguns dos ingredientes com os quais você transformará o seu conhecimento acumulado em um texto claro e que articule argumentos e estrutura. A isso damos o nome de coerência e coesão.
As modalidades textuais não se apresentam de forma pura. Nesse sentido, além da dissertação, os vestibulares têm apresentado a possibilidade de que o candidato demonstre sua capacidade linguística por meio da narração, do artigo de opinião, da resenha, da carta argumentativa, da notícia, da crônica e do conto. Mas hoje, o nosso foco será a dissertação.
As formas dissertativas estão presentes em nosso dia a dia. São os discursos da publicidade, do jornalismo, da política, das aulas, dos conselhos, dos amigos e das polêmicas para se saber qual o melhor time de futebol. Nesse tipo textual, os