A Construção e o Estudo do objeto por Bourdieu, José Vicente Tavares e Wright Mills
IARA FONTOURA ALMEIDA
A Construção e o Estudo do objeto por Bourdieu, José Vicente Tavares e Wright Mills
Porto Alegre
2014
A construção do objeto por Bourdieu dá-se pela observação real do objeto a ser pesquisado e uma visão clara, sem preconceitos e de uma maneira ampla do mesmo por parte do pesquisador. Bourdieu sugere a ruptura epistemológica, que seria o pesquisador (o sociólogo) questionar-se constantemente acerca dos conceitos já existentes, pesquisar a origem e produção desse conhecimento, fazer sempre uma “interrogação sociológica”, ou seja, sentir necessidade de investigar os fatos. Porém, na pesquisa e na construção do objeto, é importante a visão da tradição Durkeiminiana, que diz que nossas mentes são corrompidas e também moldadas pelas ideias dos grupos aos quais pertencemos, ideias essas plantadas e que influenciam muito na pesquisa e investigação do objeto de estudo. Enquanto analisando uma questão social, deve-se sempre estar “limpo” dos preceitos que carregamos em nossa bagagem cultural e dos grupos aos quais pertencemos, tendo somente a visão sociológica, que analisa e faz do conhecimento um fazer reflexivo. O pesquisador, para Bordieu, deve sempre romper o senso comum e enxergar além da tradição. Deve preocupar-se também com a chamada “tentação do profetismo”, que significa apenas, para Bourdieu, uma sistematização da sociologia espontânea de um modo que agrade o meio e as pessoas que o sociólogo se relaciona. Pierre Bourdieu fala sobre esse modo de se repetir opiniões comuns e vazias no meio erudito da sociologia em seu mais conhecido livro, A profissão de sociólogo, com Jean-Claude Chamboredon e Jean-Claude Passeron: “Não é a descrição das atitudes, opiniões e aspirações individuais que tem a possibilidade de proporcionar o princípio explicativo do funcionamento de uma organização, mas a apreensão lógica