A construção do estádio olimpico monumental e a popularização do futebol no rs
Este trabalho é um levantamento histórico sobre a construção do estádio Olímpico, em Porto Alegre, sob o contexto social da época. Diversos fatores contribuíram para a necessidade da construção de um novo estádio que atendesse as novas demandas que se configuravam neste período. Através de reportagens, livros e do auxílio técnico de pesquisadores do Memorial Hermínio Bittencourt, pretendo mostrar como a idealização e conclusão do Estádio Olímpico está diretamente relacionada ao processo de profissionalização e internacionalização do futebol no Rio Grande do Sul. Utilizei o jornal Correio do Povo e o Memorial do Grêmio como ferramentas de fonte primárias para a realização deste trabalho.
Primeira Parte
A década de 50 foi marcada por uma série de transformações sociais, políticas e econômicas que mudaram o perfil da sociedade brasileira e estimularam, entre outras coisas, o desenvolvimento urbano e industrial. Neste período houve forte aumento do número de migrações interior-capital, o que contribuiu para o crescimento dos centros urbanos e também para a expansão da indústria da construção civil. Em 1950, o município de Porto Alegre contava com cerca de 390 mil habitantes. Desde a década de 20 já se via a construção deste processo de reconfiguração urbana e social da capital gaúcha, sustentado pela promessa de modernidade e pelo dinamismo advindo da revolução industrial. Grandes obras eram idealizadas e colocadas em prática, como o viaduto Otávio Rocha (1933) e a avenida Borges de Medeiros, que facilitariam a mobilidade dentro da cidade, além de outros empreendimentos como o Hotel Majestic e a usina do Gasômetro na década de 20. Os problemas decorrentes da contradição capital-trabalho e do crescimento demográfico nos grandes centros urbanos contrastavam com o aparente desenvolvimento nacional. A revolução de 1930 surgiu como um marco na mudança das estruturas regionais e no campo econômico, com a