A CONSTRUÇÃO DE IGREJAS E CATEDRAIS GÓTICAS
Texto já aqui referido de Jorge Lourenço, professor de Engenharia Civil no ISEC de Coimbra, a quem agradecemos a sua cedência:
Há cerca de quarenta anos, um ministro da educação de Marcelo Caetano iniciou uma reforma dos cursos de engenharia, que, não atingindo o objectivo de formar técnicos competentes, diminuiu ainda mais as possibilidades de os jovens terem uma preparação intelectual de sentido humanista. Actualmente, há muitos engenheiros vítimas desta “formação coxa”, reflectindo-se nos quadros técnicos da sociedade portuguesa: neste mundo que os absorve, os jovens estão algumas vezes desadaptados, noutras conseguem ser competitivos, mas quase sempre deficitários nos saberes técnicos, científicos e culturais. Em 1969, J. L. Rodrigues Martins, prefaciando a tradução portuguesa de uma obra de Niels Bohr (1), reflectia a necessidade de as escolas de ensino superior fornecerem uma formação integral para o aluno, ao invés de se tornarem em “fecundas Fábricas de Técnicos marcadas por imperativos de eficiência e de produtividade, mas amputados de todas as dimensões humanas, que não apontem para uma orientação profissional”. Um engenheiro, no seu afã profissional, deve estribar-se culturalmente, conhecendo a evolução do pensamento humano, da ciência em geral e das técnicas; só encontrando justificações no desenvolvimento da sua actividade, vai mitigando as angústias da sua existência.
Por isso são muito importantes as Histórias das Ciências, as Histórias das Técnicas e as Histórias das Engenharias. Mas estas deverão ser documentos seguros de um pensamento alicerçado em conhecimentos científicos e técnicos. Eles existem como se pode constatar em muitos bons livros, tal como nas obras referidas das notas: (3)a (8) .
Através de duas leituras, vamos exemplificar o cuidado que devemos ter na análise dos textos escolhidos, para a nossa boa formação cultural. Nestes exemplos, trata-se do modo como dois autores