A construção das Políticas Sociais no Brasil.
Com a instalação do Estado Novo, no ano de 1937, um outro período pode ser demarcado para aquele modelo inicial de organização das políticas sociais no país.
Revogada a Constituição de 1934, a nova Carta Constitucional apresentava grandes retrocessos no que tange às liberdades políticas e aos direitos sociais dos cidadãos.
Somando-se a isso, o novo panorama político do país, após a instauração da ditadura de
Vargas, tornava extremamente difícil a sustentação desses direitos pela via da mobilização popular. Embora não tenham sucumbido por completo, as manifestações populares que reivindicavam melhores condições de vida foram reprimidas com força cada vez maior, a ponto de terem suas conseqüências neutralizadas pelo aparelho de
Estado.
Conjuntamente, a edição de uma nova legislação trabalhista interferiu na estrutura de organização do movimento sindical, atrelando-o ao Estado e reforçando o corporativismo no interior das categorias de trabalhadores. Como alternativa legítima para manifestação das demandas populares, restaram as ligas de bairros que, na época, desenvolveram suas atividades prioritariamente nas lutas por infra-estrutura urbana, reivindicação dotada de grande apelo popular no contexto de urbanização acelerada que se expandia sobretudo nos entornos dos grandes centros urbanos.
Entre os retrocessos que podemos registrar na Constituição de 1937, encontram-se a limitação do direito à educação universal, a ampliação do controle estatal sobre a organização sindical trabalhista e a redefinição das competências dos governos regionais e locais nas ações de política social, cujo resultado foi uma grande centralização de ações ao ponto de restar aos municípios tão somente a administração de cemitérios. Nesse contexto legal e político, as ações das políticas sociais desenvolvidas tiveram caráter apenas incipiente, servindo prioritariamente como