A CONSTITUIÇÃO HUMANA, COGNIÇÃO E EDUCAÇÃO MUSICAL.

A CONSTITUIÇÃO HUMANA, COGNIÇÃO E EDUCAÇÃO MUSICAL.

A música dialoga com a composição interior do ser humano. A criança estabelece suas primeiras relações com o mundo sociocultural por meio de seus mecanismos sensoriais e de laços afetivos estabelecidos desde a tenra idade. Segundo Ilari (2003, p.57), a primeira relação do ser humano com a música acontece antes mesmo do nascimento, em sua vida intrauterina. Ao perceber o batimento cardíaco materno, mais compassado e mais lento que o seu, o feto conhece um dos elementos fundamentais da música – o ritmo. Mesmo antes de seu nascimento o ser humano pode receber e reagir positivamente a estímulos musicais, desde que sejam intencionais e corretamente direcionados.
Faria (2001, p.15-16) afirma que a partir da vigésima quarta semana de gestação, quando o ouvido interno está formado, além do olfato, paladar e tato, o feto já se reúne condições físicas para receber estímulos musicais. O feto já identifica a música e pode ser afetado por ela, o que estimula a atividade de áreas do cérebro ligadas à memória e ao desenvolvimento cognitivo, além de sensibilizar desde cedo à criança aos parâmetros musicais elementares. Conforme se desenvolve a criança, proporcionalmente se aprimoram os mecanismos cognitivos responsáveis pelas capacidades musicais e não musicais. A música, que contribui para a formação do indivíduo em sua integralidade, deve afirma os valores socioculturais, difunde o senso estético, promove a sociabilidade e a expressividade, introduzindo o sentido de parceria e cooperação, auxilia no desenvolvimento motor através do trabalho visando à sincronia e independência de movimentos, desenvolvendo a consciência corporal. O autor aponta ainda que ao entrar em contato com a música, áreas físicas e psíquicas do corpo são acionadas: os sentidos, as emoções e a própria atividade cerebral do ouvinte. Por meio da música, a criança expressa emoções que não consegue expressar com palavras. A música, se conscientemente