A Constituiçao De Israel Primitivo: A Liga Tribal E Suas Instituiçoes
Israel, em sua unificação, não possuía nenhum poder ou governo central, no entanto, não excluía a possibilidade de haver um representante líder que se usava de meios políticos para liderar. Para falar em um reino unificado, é necessário que se entenda que, diferentemente do modelo Estatal implantado no Ocidente, no qual a religião é menos vinculada ao Estado, embora dele também faça parte, como na Grécia e em Roma, no Antigo Oriente Próximo, especificamente em Israel, política e religião funcionam simultaneamente em um mesmo caminho. Ciro F. Cardoso diz que:
Ora, no antigo Oriente Próximo só artificialmente podemos separar ‘política’, ‘economia’ e ‘religião’. Os templos eram parte integrante do aparelho de Estado, tanto quanto o palácio real; templos e palácios eram elementos centrais na organização das atividades que hoje consideramos ‘econômicas’ (as de produção, distribuição e circulação de bens e serviços).
No trecho acima citado, tanto o “Estado” israelita, quanto os outros modelos de Estado do antigo Oriente Próximo são profundamente ligados à religião, sendo teoricamente impossível visualizar uma separação entre ambos, ou seja, poder e religião. Porem, “Israel primitivo não tinha nenhum aparato de Estado: nem governo central, nem capital, nem máquina administrativa” , como cita John Bright. E mostra também, que a unidade de Israel não foi criada somente pelo resultado da ação conjunta diante do perigo, sem negar que os embates também, não tenham gerado e intensificado um sentimento de união.
O santuário onde era abrigada a Arca da Aliança era o ponto principal, onde os membros se reuniam para buscar a presença de Iahweh para renovar suas ligações e também para resolver assuntos coletivos das tribos. Iahweh era para eles, o Deus que tinha dado a vitória sobre os senhores da cidade, com isso passaram a jurar ser povo de Iahweh como cita Bright, “A liga, de fato, era a expressão