A consistência entre as atitudes e as intenções dos internautas em relação à aprovação da terapia online no brasil
RESUMO Apoiando-se da teoria da ação racional como referencial, o presente trabalho procurou investigar a congruência entre as atitudes das pessoas a respeito da terapia online e a intenção de aprovar a regulamentação dessa forma de terapia. Participaram do estudo 161 pessoas de ambos os sexos, com idade média de 31,4 anos, sendo que a maioria era constituída por leigos na área de sáude mental. A coleta de dados foi realizada em um site na Internet dedicado à saúde mental, através de um questionário construído de acordo com os parâmetros estabelecidos pela teoria da ação racional. Os resultados obtidos evidenciaram que as crenças comportamentais foram a principal determinante das atitudes, enquanto as crenças normativas foram a variável que exerceu maior influência na norma subjetiva associada à terapia online. Foi verificado, ainda, que tanto a atitude quanto a norma subjetiva contribuíram para a predição da intenção de aprovar a regulamentação da terapia online, embora a atitude tivesse exercido maior peso nessa predição. Tais resultados são discutidos à luz de achados anteriores que também convergem no sentido de validar os principais pressupostos da teoria da ação racional. À guisa de conclusão, são comentadas as possibilidades futuras de utilização da Internet como ferramenta de pesquisa psicológica.
INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, as tecnologias de comunicação sofreram um grande avanço. Inicialmente, o telefone permitiu, pela primeira vez, a comunicação à distância. Posteriormente, outros aparelhos, como o rádio e a televisão, introduziram a possibilidade de transmissão de sons e imagens sem fio. Em seguida, novidades associadas a melhorias nos sistemas de comunicação já existentes, como a TV colorida, a transmissão via satélite e a digitalização da transmissão do rádio e da televisão, passaram a fazer parte do cotidiano.