A concepção do homem para karl marx
Lembro que, há alguns anos atrás, eu tinha um amigo que trabalhava como operário em um fábrica de CDs. Lembro que houve uma vez que lhe fui visitar em sua residência e, ao entrar na sala, encontrei uma verdadeira gama de CDs de Heavy Metal. Uma vez lhe perguntei se ele tinha uma idéia de quantos CDs ele havia adquirido até então e ele me respondeu, prontamente e com o semblante orgulhoso, que girava em torno de seiscentas unidades. Demonstrei o meu real espanto e ele rapidamente se prontificou a justificar as suas aquisições me dizendo que no local onde trabalhava ele podia pegar os CDs com um bom desconto e os mesmos eram debitados de seu pagamento no fim do mês. Também me recordo de sua felicidade ao dizer que era feliz em seu trabalho justamente por consolidar o “útil” com o “agradável”. Como podemos notar, a cena se repete nos mais variados segmentos e com os diferentes níveis culturais presentes em cada um dos seres humanos que vivem neste nossa época, dentro do sistema capitalista. É dentro deste sistema que encontramos o foco do pensamento de Karl Marx em sua principal obra, O Capital, cujo faremos uma breve análise sobre a concepção do homem a partir de sua teoria estruturada. Para iniciar, é essencial dizer que o homem no capitalismo é o que é graças à realidade material a qual vive. É esta realidade de enriquecimento (de consumo) que faz com que o homem exista no capitalismo, sendo que é esta mesma realidade a responsável por ditar todas as diretrizes necessárias para viver neste grande jogo que é o capitalismo. É como uma grande simulação de uma verdadeira realidade que, assim como naqueles jogos de vídeo-game, nos faz pensar que temos o controle da situação, que temos o controle de nós mesmos e que podemos caminhar para onde quiser. Em Karl Marx observamos uma inversão de conceitos ao perceber que em seu pensamento a realidade é responsável por gerar idéias, e não o contrário (ainda que