A clinica fenomenologica-existencial e a ação terapêutica numa perspectiva histórica
Elaine Pessoa1
Luciane Rocha2
Faculdade de Ciências Humanas de Olinda3
RESUMO
O presente artigo aborda aquilo que a clínica da fenomenologia e a filosofia descreve acerca do conceito de existência, aqui definida como cuidado de si, culminando em método fenomenológico, onde definimos como estudo da consciência. Observa-se também as transformações sofridas pelo método fenomenológico para a análise da existência. E por fim, a extensão da análise existencial para a psicoterapia da clínica fenomenológica. Contrastamos ainda, as descrições do processo terapêutico existencial quanto às evidências empíricas, na qual a resistência tradicional ainda é presente, porém com certa abertura. Assim sendo, ao longo da história, o método fenomenológico vem perdendo foco e dando lugar a análise existencial que ruma para uma abordagem psicoterapêutica bem mais integrada.
Palavras-chave: ação clínica; fenomenologia; existência.
INTRODUÇÃO
O termo clínica fenomenológica abrange várias modalidades de diagnóstico e descrições referentes aos sintomas, aos impedimentos funcionais, à qualidade de vida, ao decurso da doença, às respostas diferenciais ao tratamento, e aos equivalentes genéticos. Ela seria, portanto, uma descrição abrangente, incluindo pacientes e não pacientes, tendo como objetivo a compilação exaustiva de dados que permitam ampla compreensão da doença, ou seja, o estudo da própria doença, sua manifestação, história e contexto.
O termo fenomenologia trata-se na verdade de uma extensão do uso de verbete oriundo da filosofia alemã setecentista e ganhou destaque no início do século XIX com as filosofias de William Hamilton e de Georg W. Hegel. Este primeiro acreditava que seria preciso diferenciar o conhecimento da crença e o segundo destacava a descrição histórico-racional da experiência que a consciência faz de si mesmo em seu desenvolvimento dialético.
Contudo os dois repercutiram