A Cidade P s Liberal
Fonte: Benevolo,
2005
A partir da revolução de 1848 com o abandono das teses liberais por alguns regimes europeus e da não intervenção do Estado nos mecanismos setoriais, a burguesia estabeleceu um novo modelo de cidade, a qual representaria o interesse de vários grupos dominantes, empresários e proprietários.
A liberdade completa concedida a iniciativa privada era limitada pela intervenção do
Estado que estabelecia os regulamentos e executava as obras públicas.
Eis então que surge a cidade pós-liberal que tentaria garantir um espaço mínimo, permitindo o funcionamento do conjunto da cidade.
Tendo sucesso imediato e duradouro, permitiu: Reorganizar as cidades europeias;
Fundar cidades coloniais em diversas partes do mundo, influenciando na maneira de organizar as cidades em que vivemos hoje.
A administração publica e a propriedade imobiliária encontram um acordo onde foi reconhecido o espaço de pertinência de uma ou outra e foi fixado com exatidão o limite entre esses dois espaços.
A administração gerava um espaço mínimo para fazer funcionar o conjunto da cidade, ou seja, a infraestrutura do lugar, tais como rede de percurso
(ruas, praças, estradas...) e para as redes de instalação (esgoto, gás, eletricidade, telefone...).
A propriedade administrava o restante, isto é, os terrenos servidos para esta rede de percursos e de instalações.
A utilização dos terrenos urbanizados dependia dos proprietários individuais (privados ou públicos). A administração interferia com regulamentos que limitavam as medidas dos espaços públicos e fixavam relação entre edifícios contíguos.
As linhas de limite entre espaço publico e privado, bastam para formar o desenho da cidade.