A cidade e as Serras
Literatura
26/8/2013
Introdução
O clássico autor português Eça de Queirós lançou em 1901, um ano depois de seu falecimento, esta obra então inconclusa, carente de sua tradicional revisão, mas que se converteria em um de seus mais significativos trabalhos, por abrigar as maiores conquistas de seu amadurecimento literário.
Esta etapa de sua carreira literária traduz um congraçamento mais estreito com sua terra natal, Portugal, acidamente desfavorecido em suas publicações iniciais. Nesta obra o narrador José Fernandes, também personagem do enredo, discorre sobre a trajetória de seu amigo Jacinto.
Enredo
A história de “A Cidade e as Serras” transcorre no século XIX, quando Paris, a cidade-luz, era vista como a capital europeia e Portugal como uma nação subdesenvolvida e em pleno declínio. Nesta época o positivismo de Auguste Comte é celebrado, e a metafísica é desbancada. Jacinto é a personificação dos ideais cultivados neste período, pois ele glorifica a vida urbana e civilizada, e despreza a existência rural.
José Fernandes, independente do que pensa o companheiro, vai para Guiães, residência dos tios, localizada nas serras. Por conta desta decisão, ambos permanecem distanciados durante sete anos. Ao voltar para Paris, hospeda-se na casa de Jacinto, mas, contrariando a tese do amigo, que crê estar a felicidade vinculada à presença da civilização, depara-se com um ser desalentado e aborrecido, entre inúmeras obras literárias, um relógio sofisticado, um elevador, e outros representantes do progresso.
Mergulhado no tédio, Jacinto segue cansado cada evento de sua vida, desde a destruição do jazigo familiar, a edificação de outro recanto para os mortos, até as festas incessantes empreendidas em honra do Grão Duque. Um dia ele resolve partir para Tormes, situada nas serras, em companhia de José Fernandes e de Grilo, para testemunhar o ritual de inauguração do novo monumento funerário.
Para que ele não se despojasse de suas