A cidade e as serras resumo e análise dos capítulos
Resumo e análise dos capítulos
Introdução
A cidade e as serras é um romance da terceira fase de Eça de Queirós, iniciada com a publicação de A Ilustre casa de Ramires. Ao contrário da fase anterior, marcada por sátiras destrutivas à sociedade portuguesa, nesta fase encontramos uma espécie de pacificação no artista, que substitui o pessimismo amargo das obras anteriores por uma visão mais otimista da sua pátria. Especificamente nesta fase, o tom amargurado do autor, que vê a sua pátria mergulhada na decadência socioeconómica e moral, é substituído por momentos de esperança e reconciliação com o caráter do homem lusitano.
Introdução
Na visão de Eça, esse brotar da esperança só poderia vir do interior de Portugal, onde a alma nacional ainda não havia sido contaminada pelos falsos valores burgueses dos grandes centros. Nesse espaço, aparentemente desligado dos valores tecnológicos do mundo urbano, cultivava-se ainda os grandes preceitos e sonhos que sempre marcaram a alma lusíada. No campo, havia, ainda, uma vida sempre renovada pelo trabalho junto da natureza, pelos bons ares da região serrana e também pela boa comida típica do interior, sempre regada com os confiáveis vinhos locais.
Introdução
É o elogio a esse mundo tantas vezes esquecido por causa do burburinho dos grandes centros que vai marcar a segunda parte de A Cidade e as Serras. Embora o núcleo do romance seja a oposição entre a cidade e o campo, é neste que o protagonista encontrará o refúgio e o refrigério para sua alma cansada de procurar felicidade na cultura e na ciência. Toda a primeira parte do romance passa-se em Paris, onde Jacinto vive e de onde não pretende sair, porque só se sente seguro e protegido no meio da multidão, da tecnologia e do conforto.
Introdução
Jacinto exalta os valores dessa vida urbana, tecnológica e culta, mas ainda assim percebemos que o narrador, Zé Fernandes, não poupa a sua ironia ao descrever a alta sociedade que cerca o seu amigo.