A CASA DOS MORTOS
O documentário “A Casa dos Mortos” é filmado em um Hospital de custodia e tratamento psiquiátrico da Bahia, mostrando assim a realidade da maioria dos HCTPs do Brasil. O documentário é baseado em um poema feito por um próprio interno que já está em sua 12º passagem pelo HCTP. O documentário é dividido em três cenas, correspondente a três histórias de três internos, intituladas de “Mortes sem sino”, “Das overdoses usuais e ditas legais” e “Vidas sem câmbios”, representadas respectivamente por Jaime, Antônio e Almerindo.
A primeira cena retrata os internos que não suportam a condição em que se encontram e onde se encontram e cometem suicídio, representada por Jaime, um sujeito relatado como muito agressivo, internado por ter cometido cerca de três homicídios, um inclusive no próprio hospital. A segunda cena retrata os ciclos intermináveis que esses indivíduos passam pelo HCT, pois a maioria acaba voltando a ser internado, o que mostra a ineficácia desse chamado tratamento. E por fim a última cena relata o abandono, a quebra de vinculo dos internados com o mundo lá fora, além do próprio abandono do Estado, pois como a história de Almerindo mostra, ele estava já internado há mais de 30 anos, quando sua medida de segurança seria por tratamento ambulatorial durante por somente dois anos, o que nem mesmo seria internação e que ele já havia cumprido a medida de segurança até mesmo por mais tempo antes da sentença do juiz ter saído devido a demora.
No decorrer do documentário nos deparamos com fatos que mostram o descaso com os internos, além do esquecimento de Almerindo relatado no paragrafo anterior, podemos perceber como não só o hospital possui condições bem precárias de existência, como também pelo que pude perceber, não há um tratamento psicológico adequado para com os internos, pois o próprio Jaime que apresentava doença mental grave dias antes de cometer suicídio relata sobre seus homicídios e diz que não estava fazendo uso da medicação