A cabanagem
(ADESÃO DO PARÁ A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL )
A Cabanagem foi um dos maiores e mais importantes movimentos políticos populares do Brasil. Durante cinco anos, de 1835 a 1840, a Província do Grão-Pará teve um governo autônomo que declarou sua independência diante do resto do país.
Origem
Uma das originalidades da Cabanagem é que suas disputas políticas não se restringiram às desavenças entre elites. Pelo contrário, o movimento contou com atores vindos das mais diferentes origens socioeconômicas: grupos indígenas, tapuios, mestiços e escravos; membros das tropas, do clero e das lojas maçônicas; latifundiários e proprietários brancos e escravistas; e alguns intelectuais ilustrados.
Apenas recentemente estudiosos têm apontado e descrito mais detalhadamente a atuação dos negros e dos grupos indígenas na Cabanagem.
A versão mais corrente sobre este movimento considera que a Cabanagem foi resultado de um processo de luta política iniciado em 1822 com a emancipação do país. Administrada por Juntas Governativas que se apoiavam nas Cortes de Lisboa, a adesão da Província do Grão-Pará ao governo de D. Pedro I foi penosa e violentamente imposta, dando-se somente a partir de agosto de 1823.
Entre 1822 e 1835 a Província passou por momentos de intranqüilidade. No interior e na capital ocorreu uma série de levantes populares em protesto contra as péssimas condições de vida, a carestia dos preços e o controle político exercido pela elite de comerciantes portugueses. Desses levantes participaram mulatos, negros libertos, índios, além de soldados descontentes com o baixo soldo, com o poder central e com as autoridades locais.
Lideres
Sob a liderança do cônego Batista Campos, os cabanos depuseram uma série de governantes nomeados pelo Rio de Janeiro para a Província. Exigiam melhores condições de vida e a expulsão dos portugueses, vistos como os responsáveis pela miséria em que viviam.
Em dezembro de 1833, o governo da Regência Trina Permanente