A cabana
Sucesso de vendas, há diversas semanas na lista dos mais vendidos, o livro não empolga.
Trata-se de mais um livro que conta com o apoio mercadológico para vender. A história até se apresenta interessante, ainda mais se levarmos em consideração as expressões que estão na contracapa, tais como “esta história deve ser lida como se fosse uma oração”, ou ainda “você vai querer partilhar este livro com todas as pessoas que ama”.
São estratégias que atraem o leitor sem, no entanto, representar o resultado final da leitura.
O enredo explora a vida de um homem atormentado com a morte de sua filha na mencionada cabana que dá título ao livro. Após algum tempo ele recebe um bilhete pedindo que retorne para lá a fim de colocar o assunto em pratos limpos. Lá é recebido por Deus, Jesus e o Espírito Santo, personificados, sendo que o primeiro se apresenta como uma mulher negra e gorda, com brilhantes dotes culinários.
Essa tríade celestial passa a questionar e confrontar Mack, personagem principal, com seus medos e dúvidas, em especial sua descrença em Deus, que entende o ter abandonado e ser incapaz de aplacar seu sofrimento.
Daí para frente nos defrontamos com princípios estudados na catequese e revisados na crisma, onde sabemos que o perdão deve ser concedido a todos, até mesmo aos assassinos, pois todos são filhos de Deus, que nos ama de forma incondicional, e merecem uma nova oportunidade. Aliás, o amor e o perdão são um alívio maior para quem oferece do que para quem recebe. Um livro que nos apresenta valores que conhecemos mas que por muitas oportunidades deixamos guardado nos mais abissais buracos da alma.
Deus, no entanto, deixa claro que é responsável pela Criação mas não pelos nossos atos, afinal somos dotados de livre arbítrio e por isso devemos responder por nossas ações e omissões.
Enfim, um livro que, não fosse pelo caráter fictício, visto que ninguém pode testemunhar a forma