A Artilharia Brasileira na guerra da Tríplice Aliança
Cel Antonio FERREIRA Sobrinho
Historiador da DPHCEx
1. INTRODUÇÃO
A guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1865-1870) se configura num importante instrumento para o estudo e a pesquisa da História Militar Brasileira, por ser um grande conflito internacional, envolvendo, não somente o Brasil, mas também outros três países da America do Sul: Argentina, Paraguai e Uruguai. Pode ser classificado como um dos primeiros modelos de guerra moderna onde se verifica o princípio da “Guerra Total”, ou seja, todos os meios materiais e humanos das nações envolvidas foram empregados na sua consecução.
É a partir dessa guerra, que se observa na Historiografia Militar Brasileira o emprego maciço dos meios de apoio de fogo naval e de Artilharia e onde se percebe o seu elevado poder destrutivo. As novidades tecnológicas surgidas nos grandes centros industriais, naquele período, e colocadas à disposição dos contendores, obrigou-os a usarem tanto o armamento moderno, quanto o antigo, caracterizando-a como uma guerra de transição1, evidenciada na dificuldade da percepção dos envolvidos sobre a superioridade das novas armas, que lhes fora apresentadas durante o conflito.
Este trabalho tem por Objetivo:
Apresentar de forma sucinta, e até mesmo didática, uma visão geral do que foi a participação da Artilharia Brasileira na guerra da Tríplice Aliança, destacando a sua atuação nas principais batalhas ocorridas nas Campanhas do Mato Grosso e do Paraguai e a sua contribuição para a evolução da doutrina militar do Exército Brasileiro.
Para isso foi dividida nas seguintes tópicos:
2. O MATERIAL DE ARTILHARIA UTILIZADO.
A década de 1860 viu grandes mudanças acontecerem na artilharia, particularmente, por conta da “Questão Christie”, crise político-militar envolvendo a Inglaterra, onde ficou evidenciado a obsolescência do armamento disponível, obrigando o Império Brasileiro a tomar