A arte de hipnotisar
Por Luiz Antonio Perilo Velloso
A edição de maio da revista Galileu (nº 142 - Ed. Globo) traz como matéria de capa "Quem tem medo da hipnose - saiba o que é mito e o que é verdade nessa arte milenar ". Uma matéria bastante interessante e explicativa, que trata de forma séria e científica o estado hipnótico. Raramente vejo na imprensa disponibilidade para tratar a hipnose com esse enfoque. Normalmente, a imprensa reforça o aspecto místico, misterioso, milagroso que, na realidade, nada tem a ver com hipnose.
Apesar da qualidade da matéria, creio que ficaram à parte questões importantes que, certamente, enriqueceriam a matéria. Falar de hipnose como arte, talvez seja o mesmo que falar de arte no ouvir, no cheirar,no olhar, no tato. A hipnose é um dos sentidos que o homem foi perdendo ao longo da evolução. Talvez o mais importante deles. E, o que era natural, passou a ser conduzido, ao longo do processo da formação da história, por sacerdotes, entidades divinas, deuses,etc. Foi assim nos Templos do Sono da antiga Grécia e Egito,e hoje, com a tecnologia , nos Templos Eletrônicos que diàriamente se armam na nossa telinha de televisão, nos nossos radinhos de cabeceira.
Caso você, leitor, se interesse, observe e constate. Vá a uma Igreja e visite as imagens dos santos. Tais imagens vão mostrar os santos sempre acima, do alto e o fiel, com o olhar "hipnòticamente"voltado para cima (reverberação ocular). Vá aos modernos Templos de Cura. O milagreiro sempre estará estimulando o milagre à partir de uma posição bem mais ao alto dos que aguardam o milagre. Visite as fotos da Alemanha nazista. Constate o ditador acima da multidão.O olhar para cima, globo ocular reverberando, um dos sinais do estado hipnótico.
Não estou questionando nem criticando curas e milagres. Apenas colocando foco diferente. O milagre existe, a cura existe, sim. Apenas a ordem é que, acredito, foi invertida. O poder da cura está em quem recebeu a cura. O milagre só é milagre porque