A APRENDIZAGEM DO SISTEMA DE ESCRITA

“[...] a alfabetização é uma prática sociocultural em que as crianças, por meio do trabalho integrado com a produção de textos orais e escritos, a leitura, os conhecimentos sobre o sistema da língua portuguesa e com as relações entre sons e letras e letras e sons, formam a criticidade, a criatividade e a inventividade
(GONTIJO, 2012).

A compreensão das relações entre sons e letras e letras e sons é um dos maiores desafios para as crianças, pois para aprenderem a ler e a escrever, elas precisam compreender que as letras (grafemas) correspondem a entidades sonoras (fonemas) e vice-versa, reconhecendo, também as especificidades da fala e da escrita, uma vez que a complexidade do sistema alfabético-ortográfico reside, principalmente, nas inúmeras diferenças existentes entre a fala e a escrita.

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No início da alfabetização, quando as crianças descobrem que “[...] cada letra é símbolo de um som e cada som é simbolizado por uma letra” (LEMLE, 1989, p. 16), a escrita é elaborada a partir da análise dos fonemas e elas acreditam que existe correspondência biunívoca entre sons da fala e letras do alfabeto e, por isso, escrevem como falam.

EU ACHEI BEM BONITO
EU ACHEI A CHAPEUZINHO BEM LEGAL
(Texto produzido por criança de 6 anos, após apreciação de trabalhos literários na escola –
PMV/2006)

Texto produzido por criança de 8 anos – PMS/2011)

É importante notar, então, que os erros que ocorrem durante o processo de aprendizagem da leitura e da escrita, na maioria das vezes, são resultados de reflexões que as crianças realizam sobre a língua oral.
Esses erros revelam o modo como as crianças compreendem as relações entre o oral e o escrito e servem para indicar os tipos de intervenção necessários para que as crianças progridam rumo ao domínio das convenções que regulam o sistema de escrita
(GONTIJO, 2009).

Por isso, os conhecimentos que envolvem o trabalho com as relações sons e letras precisam ser sistematizados de forma cada vez mais