a angustia da vida execultiva
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Sábado, 30 de junho de 2007
A angústia da vida executiva
O ambiente de trabalho se tornou fonte de infelicidade para presidentes e diretores, revela mais completo estudo sobre o mundo corporativo no Brasil. 84% dos executivos pesquisados são infelizes no trabalho e 54% estão insatisfeitos com o tempo dedicado à vida pessoal, diz a pesquisa realizada com 263 presidentes, vice-presidentes e diretores de grandes empresas nacionais e outros 965 altos executivos. Realizada pela psicóloga Betania Tanure e pelos pesquisadores Antônio Carvalho Neto e Juliana Oliveira Braga, a pesquisa será em breve publicada em livro com o título Sucesso e (In)Felicidade, a ser editado pela Campus/Elsevier.
Segue reportagem de Amauri Segalla publicada na Revista Época Negócios, maio 2007. Uma segunda parte da mesma será disponibilizada amanhã.
Nos últimos sete meses, a executiva paulistana Denise Santos, de 38 anos, presidente da BenQ Mobile no Brasil, fabricante de celulares, esteve no centro de um furacão. A empresa é subsidiária do grupo taiwanês BenQ, que em 2006 registrou o maior prejuízo de sua história. Para ajustar as contas, fábricas foram fechadas mundo afora, e centenas de funcionários, demitidos. De Taiwan, Denise recebeu ordem para reduzir em 40% a estrutura da filial. Sua rotina tornou-se caótica. Ela chegou a trabalhar até 17 horas por dia. Nos finais de semana, reuniões intermináveis paralisaram sua vida pessoal.
Praticamente só respirava trabalho. Numa das decisões mais difíceis e doloridas de sua carreira, ela se viu na contingência de afastar 300 funcionários. "Amo o que faço, mas os momentos de infelicidade no trabalho já me fizeram ir diversas vezes para uma sessão de terapia", afirma Denise, uma das mais jovens presidentes de empresa no Brasil.
As angústias, temores e dilemas enfrentados por executivos do topo como Denise são o tema de um profundo mergulho nos corações e mentes dos