A AGRUPECU RIA BRASILEIRA

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A AGRUPECUÁRIA BRASILEIRA
O Brasil é possuidor de uma das maiores áreas agrícolas do planeta, ocupando cerca de 3,5 milhões de km2 ou 353,6 milhões de hectares (41,4% da área territorial do país). E há ainda no
Brasil 100 a 200 milhões de hectares potencialmente aproveitáveis para uso agropecuário.
O IBGE (Síntese dos indicadores sociais) aponta que, em 2000, havia 32,5 milhões de pessoas residindo em áreas rurais. Mesmo contando com uma imensa área agricultável, segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), existem no país em torno de 29 milhões de pessoas (aproximadamente 4,9 milhões de famílias) vivendo abaixo da linha de pobreza absoluta e, portanto, possíveis deman-dantes de terra.
A subalimentação e a fome que atingem milhões de brasileiros não decorrem da falta de alimentos, nem, de terras para produzi-los. Decorrem do injusto modelo agrícola e econômico, que excluiu milhões de pessoas do processo produtivo.
A atividade agrícola deveria ter uma função social, atendendo prioritariamente a alimentação da população e as indústrias e, então, a exportação de excedentes. No entanto, é o inverso que acontece.
Essa realidade resulta de vários fatores que estiveram na base da agricultura e da própria sociedade brasileira:
• A herança do sistema colonial, caracterizada por um modelo agrícola centrado na grande propriedade monocultura, com produção dirigida para o exterior, em detrimento da que atende o consumo interno.
• A mentalidade reinante, sobretudo, entre os grandes proprietários (latifundiários), que não vêem a terra como um bem social, com a função de produzir alimentos, dar emprego etc., e sim como um bem pessoal, com finalidade especulativa (valorização ou revenda). Daí os baixos índices de utilização da terra para fins agrícolas: apenas 510 mil km2 , ou 13,2% da área ocupa pelos estabelecimentos rurais.
• O comércio da produção agrícola é outro grave problema. A falta de estrutura (estradas,

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