A abordagem sistémica e contingencial
Um sistema é um "todo organizado e unido, composto por duas ou mais partes interdependentes, componentes ou subsistemas, e delimitado por fronteiras identificáveis do seu macro-sistema ambiental". Esta definição abarca um conjunto amplo de realidades. O corpo humano é um sistema, tal como o Sistema Solar, um ecossistema ou uma organização. Foi este carácter pluridisciplinar que fascinou Ludwig von Bertalanffy quando estabeleceu a sua Teoria Geral dos Sistemas, chegando a afirmar que "na ciência moderna, a interacção dinâmica é o problema básico em todos os campos" . Trata-se da constatação de um facto que parece simples: vivemos num mundo de sistemas interdependentes.
É preciso distinguir dois tipos de sistemas. Um sistema fechado não tem qualquer relação com o respectivo ambiente, enquanto um sistema aberto estabelece uma interrelação com aquilo que o rodeia. A maior parte, se não a totalidade, dos sistemas sociais corresponde a este segundo tipo.
A Teoria Geral dos Sistemas assenta em conceitos razoavelmente intuitivos e simples. Cada sistema é composto por subsistemas ou componentes e está integrado num macro-sistema. O todo formado por um sistema é superior à mera soma das partes que o constituem. Chama-se a este conceito holismo e resulta das sinergias que se estabelecem entre os vários subsistemas. Cada sistema transforma inputs em outputs, numa relação dinâmica com o ambiente. A permeabilidade das fronteiras determina a profundidade desta relação. Num sistema, a entropia (desordem) pode ser reduzida e mesmo transformada em entropia negativa, quando a ordem aumenta dentro do sistema. Cada sistema aberto pode encontrar estados de equilíbrio com o respectivo ambiente. Esse equilíbrio pode resultar de um estado de máxima entropia, que significa a "morte" do sistema, ou de um equilíbrio dinâmico. Cada sistema está permanentemente a receber os resultados das suas acções. Chama-se a isso retroacção ou feedback, e pode