Zona do crime - realidade acessível à cegueira social

ZONA DO CRIME: REALIDADE ACESSÍVEL À CEGUEIRA SOCIAL
Por Gabriel Ferreira de Morais
Zona do Crime, longa metragem de origem mexicana e dirigido por
Roberto Plá, traz uma composição de dualidade antagônica: dois mundos, completamente opostos econômico-socialmente, separados por um muro. É uma estranha e mais do que comum história intrínseca no coração de qualquer atual sociedade emergente, da qual dissimulamos não ter conhecimento.
La Zona é um condomínio fechado de classe alta, localizado em um bairro envolto de favelas e, por isso, fortemente guarnecido por um sistema de segurança. Com este sistema comprometido por um curto período de tempo em razão de uma queda elétrica após uma tempestade, três suburbanos decidem invadir o condomínio, motivados pela oportunidade de roubo. Na tentativa, uma moradora é morta e, logo em sequência, dois dos invasores acabam também assassinados por um vigia; o outro se esconde dentro de uma das casas.
O filme segue com os moradores buscando “justiça”, precursora de uma inescrupulosa caçada pelo invasor sobrevivente posta em prática após o consentimento da maioria em assembleia. Pessoas se organizam então em grupos, armados para uma verdadeira perseguição que anseia apenas a morte do garoto. Ao mesmo tempo, tentam manter toda a trama oc orrida anteriormente dentro dos muros e fora dos domínios da polícia, visando o mantimento da tranquilidade sobre o condomínio.
Tais atos revelam uma aversão dos moradores ao “sistema”, uma ideia que paira sobre as cabeças de quem se situa na contemporane idade social: o
Estado e suas instituições nada mais passam de apenas idealizações humanas já arruinadas pela corrupção, sendo a busca pela justiça feita com as próprias mãos o único meio disponível para a verdadeira realização da mesma. Aliado tal conceito à organização coletiva de leis próprias, temos um puro egoísmo em relação ao resto da sociedade. E isso desponta ainda em diversas outras questões problemáticas de