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Vai sempre pelo caminho mais difícil, acredita no invisível, não foge do precário, e é assim que seus relatos - sem a necessidade de um escândalo, de um excesso, de um grande mistério - se tornam assombrosos. Para ela, segundo este mesmo crítico, o objeto da literatura não é o real, mas o indizível, isto é, aquela parte do real que nos escapa. Tudo aquilo que não pode ser dito, nem com o discurso rigoroso da ciência, nem com os argumentos sedutores da razão. É esse indizível que, visto com sensibilidade, se aproxima do extraordinário, que sua literatura tenta dizer. Em um tempo em que a literatura se despedaça, em que a dúvida preside a criação literária, em que os escritores tiram de seu próprio desânimo o ânimo para continuar, as narrativas seguras e serenas de Lygia parecem surpreendentes. E, diante de um mundo tão instável e tumultuoso, são mesmo quase irreais. RESUMO DOS CONTOS:
Os Objetos Em Os Objetos, conto escrito em 1969 e inédito até a publicação de Antes do baile verde, a autora mais uma vez apresenta ao leitor uma cena do cotidiano de um casal em desarmonia, Lorena e Miguel, que tiveram um passado feliz mas que, no “presente” (no momento da ação), enfrentam problemas, principalmente pelo desequilíbrio mental de Miguel. São abordados temas como a solidão, a loucura, o fim do amor. Enquanto a mulher confecciona um