ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O PROEJA EM INSTITUIÇÕES FEDERAIS: tradição, tensão e o desafio da qualidade
Jupter Martins de Abreu Júnior – UERJ/IFRJ
A educação como direito de todos instituída pela Constituição Federal (1988), e a existência da Educação de Jovens e Adultos (EJA) como modalidade para atender sujeitos de direito com características específicas, não são suficientes para promover mudanças no histórico de acesso desse público à educação de qualidade. Através de revisão bibliográfica e análise documental, o presente trabalho pretende refletir acerca da questão da qualidade de ensino de cursos médio técnico integrados inseridos no programa Proeja, assim como apontar os desafios e as tensões geradas pela implementação do programa em instituições federais. O referencial teórico utilizado abarca autores que estudam a EJA, como Di Pierro e Haddad, outros que têm o foco no
Proeja, como Moura, além de autores que abordam a temática da qualidade em seus trabalhos, como Dourado e Oliveira. A presente proposta espera contribuir para que haja uma percepção mais adequada do processo de ensino-aprendizagem, assim como possibilitar um diagnóstico acurado do significado de qualidade de ensino num programa como o Proeja.
Palavras chave: Proeja – qualidade – educação profissional
Introdução
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil vem de uma trajetória histórica onde predominam iniciativas individuais ou de grupos isolados, fato que vem acarretando uma série de descontinuidades, contradições e descaso dos órgãos responsáveis. Ao longo de décadas, várias propostas foram realizadas tendo como meta a elevação do nível de escolaridade dessa parcela da população, considerada excluída.
Porém, estas propostas não conseguiram atingir as metas estabelecidas.
Por outro lado, também podem ser verificadas a necessidade e o anseio do público dessa modalidade às questões relativas ao trabalho e à qualificação profissional.
Nesse sentido, o direito à